sábado, 27 de abril de 2024

Depredação do português e não do patrimônio material

Foto: Fábio Bala/ Tv Guará

Se você passou nos últimos dias pela Praça do Pantheon, que faz parte do Complexo Deodoro, entregue em dezembro do ano passado, deve ter observado que dois bustos das grandes personalidades das artes e letras do Maranhão estão sem placas. Mas, calma, dessa vez, não se trata de um ato de vandalismo ao patrimônio público. O problema agora é o português que não foi corretamente empregado.

A placa com o nome do político e jurista Urbano Santos foi retirada do local, assim como a que conta a história do teatrólogo e jornalista Arthur Azevedo. Segundo o presidente do Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Maurício Itapary, foi identificado que as placas estavam com erros gramaticas e, por isso, elas foram retiradas para serem substituídas por novas, com o português empregado de forma correta. “Toda essa biografia, pequena biografia de cada ilustre daquele que se encontra lá no Pantheon, foi feita em cima de uma publicação e, quando fomos chamados atenção de que tinham alguns erros na biografia dessas pessoas, na mesma hora, solicitamos à Academia Maranhense de Letras que nos desse esse auxílio. O presidente da Academia Maranhense, o acadêmico Benedito Buzar, nos encaminhou as novas biografias desses literatos e estamos fazendo essas novas placas para que sejam recolocadas”, explicou Maurício Itapary.

Apesar de bem esclarecidas as razões para as placas serem retiradas no local, não custa lembrar que é importante preservar e conservar a obra e o bem público. Cabe à Guarda Municipal a segurança do local. O problema é que a experiência vivida em fevereiro deste ano, quando os bancos de madeira da praça foram encontrados pichados, deixou de orelha em pé quem preza pelo patrimônio público. A situação, na época, teve grande repercussão nas redes sociais, denunciada na Câmara de Vereadores e na mídia local. A Prefeitura de São Luís fez a limpeza nos bancos e também apelou para que a população denunciasse casos como estes.

A responsabilidade pela manutenção do local é compartilhada entre a Prefeitura de São Luís e o Iphan. De acordo com o presidente do Iphan, se detectado algum vício ou erro de construção, a empresa executora será responsabilizada. Essa garantia da obra é valida por cinco anos.

Mas, quem valoriza o bem público tem uma consciência bem mais ampla de responsabilidades. “É o poder público, mas também nós. Aqui é um meio que nós utilizamos, de certa forma, nós transitamos e, é essencial de nossa parte a conservação do local também”, respondeu o estudante Frederico Oliveira ao ser questionado a quem caberia a responsabilidade de conservar o Complexo Deodoro.

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