sexta-feira, 26 de abril de 2024

Maranhenses são aprovadas em congresso internacional de Direitos Humanos

Karla Dutra, 24, e Fernanda Trindade, 28, são alunas de Direito da UFMA e vão representar o Maranhão em Congresso Internacional (Foto: Arquivo Pessoal)

As estudantes maranhenses Karla Dutra Santos, de 24 anos, e Fernanda Trindade, de 28, foram aprovadas no II Congresso Global de Direitos Humanos, que será realizado entre os dias 15 e 18 de janeiro, na cidade de Lamego, em Portugal. Elas se mobilizaram em uma campanha nas redes sociais para conseguir representar o estado no evento.

A pesquisa das duas alunas partiu de uma observação social: os imigrantes venezuelanos em várias regiões do país. Esse panorama pode ser justificado pela crise financeira que acomete a Venezuela, cujo reflexo pode ser visto na crise migratória venezuelana que acontece no Brasil desde 2015. Já no Maranhão, a situação ficou mais clara no ano de 2019, quando uma grande quantidade de imigrantes começou a ocupar alguns espaços de São Luís.

A Defensoria Pública do Estado do Maranhão, como noticiou o Jornal da Guará, intensificou as ações e estratégias para garantir a realização de cursos de capacitação voltados aos refugiados venezuelanos, em São Luís, preparando-os para o mercado de trabalho.

E para pensar ações como a da Defensoria Pública do Estado do Maranhão é que a pesquisa de Karla e Fernanda foi concebida. Durante a investigação científica, as duas estudantes buscaram analisar e identificar se os imigrantes estavam recebendo assistência do Governo do Estado, por meio de políticas públicas que os atendessem com dignidade.

Para Karla Dutra, a participação em um evento desse porte ajuda não somente a somar no currículo acadêmico, mas serve para inserir o Maranhão num cenário de debates internacionais acerca de um assunto tão amplamente discutido: os Direitos Humanos.

“No Congresso não serão expostos apenas problemas contemporâneos enfrentados pelo mundo. Serão também apresentadas soluções para lidar com esses problemas. É nesse ponto que podemos destacar a importância do Congresso para o nosso projeto. Lá é um dos lugares em que vamos buscar respostas para questionamentos levantados, vamos buscar ideias que podem ser concretizadas por meio de políticas públicas migratórias que podem ser adotadas pelo Governo do Maranhão”, comentou Karla.

Já Fernanda Trindade ressalta que um dos grandes objetivos é entender em quais níveis estão as discussões acerca dos Direitos Humanos e pensar como a implementação de Políticas Públicas pode transformar a realidade social

“Queremos ir ao Congresso para perceber, nos diálogos que lá serão realizados, os questionamentos que levantamos durante a elaboração do projeto e execução da pesquisa. Não é só questão científica. Quando entendemos que a problemática tangencia pontos além dos muros da universidade é que percebemos o caráter extremamente social que nossa pesquisa possui”, ressaltou Fernanda.

O caminho
A pesquisa surgiu como desdobramento das atividades realizadas pelo Grupo de Pesquisa (Estudos) Cultura, Direito e Sociedade do qual Karla e Fernanda fazem parte. O grupo é coordenado pelo Prof. Dr. Cássius Guimarães Chai e funciona como agente institucional direcionando suas ações de estudos, de investigações sociológicas e de proposições afirmativas visando contribuir com a diminuição das desigualdades regionais.

Corroborando com os propósitos do grupo de estudos, um projeto de pesquisa intitulado “Migração e Direitos Humanos: Desenvolvimento como Justiça e Necessidade de Políticas Públicas de Migração Aplicada ao Estado do Maranhão” foi iniciado por elas. O projeto foi aprovado em segundo lugar no edital de estágio internacional da Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão (FAPEMA), que ajudou com os custos do desenvolvimento da pesquisa na Universidade de Salamanca, na Espanha, durante três meses.

Projeto de Pesquisa foi aprovado em segundo lugar pelo edital de Estágio Internacional da FAPEMA (Foto: Reprodução)

A inquietação virou projeto, o projeto virou pesquisa e a pesquisa agora ganhou perspectivas internacionais. Influenciadas pelos orientadores, o maranhense Dr. Cássius Guimarães Chai, e o espanhol Dr. Pedro Garrido Rodríguez, as duas inscreveram seu trabalho em um congresso global sobre Direitos Humanos e ele foi aprovado.

A vaquinha
Com a aprovação, as duas resolveram iniciar uma campanha de arrecadação para conseguirem o valor da inscrição do trabalho no Congresso Internacional. Como o projeto da FAPEMA custeia apenas o desenvolvimento da pesquisa e não da inscrição no congresso, a saída para Karla e Fernanda foi contar com a solidariedade.

Com a ajuda de amigos, a vaquinha online visa alcançar o valor de R$ 3 mil (três mil reais). As doações podem ser realizadas através deste site.

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