sábado, 27 de abril de 2024

Juros do cheque especial voltam a bater recorde em junho

A taxa média de juros do cheque especial praticada pelos bancos brasileiros alcançou 315,7% ao ano em junho, o maior nível já registrado desde que o levantamento passou a ser feito, em julho de 1994 — portanto, há praticamente 22 anos. O dado foi divulgado pelo BC (Banco Central) nesta quarta-feira (27).

Em maio, as famílias brasileiras pagaram, em média, 311,5% ao ano pelo dinheiro emprestado do cheque especial. Somente em 2016, a taxa média do cheque especial aumentou 23,4 pontos percentuais — em janeiro, estava 292,3% ao ano.

O cartão de crédito registrou um alívio nos juros médios na passagem de maio para junho, mas ainda é a linha de crédito mais cara para o brasileiro. Em junho, a taxa média ficou em 470,9% ao ano, contra 471,5% ao ano.

Porém, vale o alerta dos educadores financeiros e especialistas em crédito, que sempre advertem: o cartão de crédito tem que ser usado com parcimônia.

A economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, por exemplo, que lida diariamente com dados sobre inadimplentes no País, informa que pagar o valor integral do cartão é praticamente uma regra.

— Para quem sabe utilizar com prudência, o cartão de crédito pode ser um grande aliado porque traz conveniência e segurança. O grande erro é não quitar o valor integral da fatura e cair no efeito bola de neve do rotativo.

Consignado e aquisição de veículos

O crédito consignado, aquele que já desconta a parcela na folha de pagamento de quem pega o dinheiro emprestado, teve taxa de juros de 29,4% ao ano em junho — praticamente a mesma de maio, quando foi de 29,6% ao ano.

Outra modalidade de crédito que possui juros muito mais baixos que os dois vilões é a aquisição de veículos.

Quem pega o dinheiro emprestado nessa linha de crédito pagou, em média, 26% ao ano para comprar carro em junho. Isso representa uma leve diminuição em relação a maio, quando estava em 26,3% ao ano.

Considerando todas as linhas de crédito disponíveis para as famílias brasileiras, a taxa média de juros foi de 41,8% ao ano em junho — contra 42% ao ano registrados em maio. Para as empresas, essa média foi de 21,7% ao ano em junho, praticamente os mesmos 21,8% ao ano registrados em maio.

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