segunda-feira, 14 de outubro de 2024

Reintegração acaba com 70 detidos e quebra-quebra em SP

Confronto entre Policiais Militares e sem-teto que ocupavam um prédio no centro de São Paulo acabou em tumulto nesta terça-feira (16). Houve quebra-quebra, incêndio de um ônibus e cerca de 70 pessoas foram detidas acusadas de vandalismo. Há informação, não confirmada, de que uma mulher grávida teria sido ferida. A confusão ocorreu numa ação de reintegração de posse iniciada às 6 horas da manhã por determinação judicial. Um policial ficou ferido após ser atingido por um objeto jogado de um dos andares do prédio, na altura do número 601 da avenida São João.

 

Segundo a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), a via ficou completamente bloqueada, nos dois sentidos. O trânsito local foi desviado pelo largo Paissandu, avenida Cásper Líbero e avenida Ipiranga. Cerca de 30 linhas de ônibus operam com itinerário alterado, segundo a SPTrans

 

Segundo o movimento FLM (Frente de Lutaq por Moradia), cerca de 200 famílias estariam  no imóvel há cerca de seis meses. Os sem-teto atearam fogo em objetos para montar barricadas, depredaram ônibus no Largo do Paissandu, e atacaram os PMs. A Tropa de Choque respondeu com bombas de gás lacrimogêneo. Por causa do protesto, comércios e agências bancárias da região foram fechadas e um ponto de ônibus desativado.

 

Em nota, a SSP informa que “a juíza Maria Fernanda Belli, da 25ª Vara Cível do Foro Central, determinou a reintegração de posse do edifício de 20 andares, após pedido de seu proprietário, a Aquarius Hotel Limitada. A Justiça requisitou que a Polícia Militar auxilie na desocupação”.

 

De acordo com o comunicado “a ação estava prevista para acontecer no dia 11 de junho, porém, na ocasião, foi cancelada porque não foram disponibilizados pela empresa proprietária do local — conforme previamente estabelecido — os meios necessários, caminhões e carregadores, para o transporte dos pertences dos moradores. A reintegração foi reagendada para o dia 27 de agosto. Porém, no dia, foi novamente suspensa porque os oficiais de Justiça avaliaram que a quantidade de caminhões e transportadores ainda não era suficiente”.   

 

A nota ainda diz que “foram feitas reuniões entre a Polícia Militar, advogados da empresa proprietária e moradores, para acertar como seria a saída. As reuniões serviram para avaliar os riscos da operação e orientar quanto ao papel que os policiais do 7º BPM/M (Batalhão de Polícia Militar Metropolitano) exerceriam durante a ação”.

 

Segundo o FLM, o imóvel ficou “abandonado por mais de dez anos e estava ocupado pelas famílias sem-teto há seis meses e que agora, por decisão do judiciário, o local deverá ser devolvido à especulação imobiliária, sem levar em conta o problema social. Aproximadamente 800 pessoas, crianças e idosos serão jogados na rua, sem uma solução definitiva”.

 

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