O presidente do Conselho Nacional de Secretários de Saúde, Carlos Lula, avalia que a pandemia da COVID-19 só deverá ser controlada em 2022, pois não haverá vacinas suficientes para imunizar a população brasileira até o fim do ano. Lula é secretário de Estado da Saúde do Maranhão e fez esta avaliação no programa Os Analistas, da TV Guará, de São Luís.
O secretário informou também que a previsão é de ser necessário imunizar cerca de 150 milhões de pessoas em todo o País, o correspondente à população com mais de 18 anos. Segundo o gestor, com essa quantidade de cidadãos vacinados, será alcançada a chamada “imunidade de rebanho”, o que estancaria a proliferação do vírus.
Lula também disse de sua convicção de que há uma possibilidade muito grande de que a vacinação contra a covid-19 torne-se algo anual, como acontece com a vacina contra a gripe.
Analisando a situação do Maranhão, Carlos Lula disse que o Estado mantém desde o início da pandemia o patamar de menor letalidade da doença, o que tem sido designado pelos estudiosos como o “paradoxo maranhense” já que se trata de um Estado pobre e com índices sociais bastante frágeis. O secretário deu uma pista de o porquê isso acontecer: a descentralização da estrutura de Saúde do Estado que levou serviços de terapia de urgência (uti’s) a diversos municípios maranhenses quando até seis anos atrás eles se concentravam na capital. Até mesmo em Imperatriz, a segunda cidade do Estado, as uti’s existentes eram da rede particular.
Outra revelação feita pelo secretário diz respeito à segunda onda da COVID-19, que já matou em quatro meses de 2021 mais maranhenses do que em nove meses do ano passado. O perfil das vítimas também se modificou: no ano passado, os óbitos se verificavam entre pessoas com mais de 60 anos. Hoje, se concentram entre a faixa dos 40 aos 59 anos.