Por Saulo Marino
Após se rebelar no twitter e insinuar que poderia deixar a Lava Jato por estar em desacordo com a Procuradoria Geral da República, Deltan Dallagnol pode ser substituído do cargo de coordenador da Força Tarefa por Nicolao Dino, subprocurador da República e irmão do governador Flávio Dino (PCdoB).
O caso começou quando a força tarefa da Lava Jato, em acordo com os Estados Unidos, tentou criar um Organização Não Governamental (ONG) para administrar R$ 2,5 bilhões em multas pagas pela Petrobras. A Procuradoria-Geral da República (PGR), através da procuradora Raquel Dodge, achou suspeita a iniciativa e conseguiu barrar o projeto no Supremo Tribunal Federal. Além disso, a PGR abriu inquérito para analisar os atos praticados pelos funcionários entusiastas da ONG, e um dos principais alvos é Dallagnol.
Por sua vez, o coordenador da força tarefa fez uma sequência de 19 postagens no twitter para negar que os recursos seriam geridos por agentes ligados à Lava Jato, mas afirmou que a ONG proposta seria administrada por um “conselho curador”, sem especificar de que forma seriam indicados esses membros.
Ainda no twitter, Dallagnol fez uma série de postagem questionando sua chefe, a Procuradora, e compartilhando matérias em que funcionários pediram demissão após o embate entre a PGR e a Lava Jato.
O nome de Nicolao Dino ganha força para ser o eventual substituto por ter sido o primeiro na lista tríplice produzida pela Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR) para sucessão de Rodrigo Janot na Procuradoria-Geral da República, em 2017. Na época, o então presidente em exercício Michel Temer (MDB) escolheu Raquel Dodge.
