sexta-feira, 18 de outubro de 2024

Xilogravura, beleza impressa

A arte de entalhar a madeira aliada a tinta para contar uma história, um sentimento, uma beleza, assim chamamos a xilogravura, que teve prováveis origens na cultura oriental. Segundo historiadores, a xilogravura foi criada pelos chineses chegando durante a idade média no ocidente, ganhando inovações no século 18 com sua difusão por diversos países, e chegando às nações europeias para influenciar na escala industrial da produção de livros e outros impressos.
No Brasil, se estabelece que ela tenha surgido em 1808 com a chegada da família real, no entanto historiadores dizem que a técnica no país surge com os índigenas, já que esses povos já usavam matrizes em madeira para pintar o corpo ou a roupa.
O fato é que na terra Brasílis e principalmente no Nordeste a técnica caiu como água em terra seca, criando uma verdadeira cultura, se aliando a outras artes como o cordel, lançando artistas, dando características próprias a nossa história, contando lendas, fatos políticos, sagas amorosas e bélicas, retratando o país, seu povo e sua cultura.
No Maranhão? Temos, claro!
Um dos grandes nomes dessa vertente em São Luís chama-se Airton Marinho, que a décadas vem imprimindo em suas peças o bumba meu boi, as danças, as brincadeiras e as festas populares do Maranhão em uma profusão belíssima de cores, e expondo em várias regiões brasileiras e até no Estado Unidos da América. Airton Marinho é formado em Desenho Industrial pela UFMA, foi professor do Centro de Comunicações Visuais do Maranhão – CENARTE, onde expôs suas primeiras gravuras. Ele desenvolveu processo próprio de xilogravura em policromia e produziu várias séries de trabalhos.
Com seu ateliê localizado no Centro Histórico de São Luís, Airton Marinho é um artista popular dos mais originais e vem mantendo acesa a arte ancestral da xilogravura, inovando em formatos e plataformas.
A xilogravura no decorrer dos séculos se adaptou às novas realidades tecnológicas, mas, permanece firme como instrumento artísticos visual, que como poucos retrata a beleza, a sensibilidade e a representação da nossa história. Uma arte que usa madeira, formão, tinta e muito sentimento para pintar a alma do povo em suas manifestações.

Eu sou Beto Ehong e a gente se encontra na arte popular.

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